Tuesday, October 14, 2008

Preparados

Não sei porque me lembrei hoje sobre quando fui morar no Chile. Me recordo que minha mãe me deu um rolo de papel higiênico (fui de ônibus, 40 horas desde Porto Alegre) para que eu estivesse preparado para qualquer situação.

Eu nunca usei aquele papel higiênico. Mas se eu precisasse, lá ele estaria. Eu estaria plenamente preparado para qualquer imprevisto.

E qual a graça nisso? Que grandes histórias e experiências podem vir de uma pessoa precavida?

Talvez na vida nos tornemos prevenidos em excsso, conhecedores por experiência do que pode e do que não pode dar errado e levamos sempre um rolo de papel higiênico nas mãos, impedindo nosso destino de ser mais surpreendente, contundente e envolvente.

Aprendemos com a vida. Aprendemos a estar preparados. Devíamos aprender o oposto, deveríamos correr mais riscos e deixar o papel higiênico em casa.

3 comments:

Haydée Borges said...

Eu não gostei do seu desprezo pelo papel higiênico. Espero que na sua próxima viagem de 40 horas vc coma um salgadinho estragado e tenha aquela dor de barriga, para dar mais valor às preocupações maternas. E ter certeza de que, às vezes, certas precauções não fazem mal a ninguém.

Bira Lemos/Bruno Brandão Fischer said...

E é justamente aí que reside o cerne do texto.

As desventuras são capazes de trazer mais lições que as aventuras.

Sem cantil no deserto, baby.

Haydée Borges said...

E qual seria a principal lição do esquecimento do cantil no deserto? "Nunca se esqueça do cantil ao andar pelo deserto".
Corta o álcool, baby!