Thursday, October 2, 2008

Conhecendo Barcelona

Saí de Madrid quase perdendo o vôo (de novo), mesmo tendo chegado com antecedência mais que suficiente no aeroporto. Mas é que esses espanhóis sao uns doces de pessoa mesmo (já decidi que a melhor estratégia é ser cavalo com eles de volta, o resultado é sempre melhor). Cheguei a Barcelona e até sair do aeroporto e tal já era meia-noite e meia. Me dirigi parao centro da cidade com uma mochila nas costas, outra na frente e a vontade de encontrar um albergue e um pouco da energia català que sempre ouvi falar.

Primeiro albergue: fechado. Segundo: ok, beleza. Brasileiro na recepçao, óbvio, sao maioria neste país. Me convenço facilmente que tomar uma cerveja e dar uma banda na Rambla era a melhor opçao (ou isso ou ir dormir). Só tinha comido um bife ontem, o que me garantiria processamento rápido do álcool e uma sensaçao de brilhinho pela metade do preço.

Bah, mas que decepçao. Tá certo que eu tenho que ver mais, mas Barcelona até agora me parece um lixo imundo, repleto de europeus pós-adolescentes com sonhos juvenis, africanos da África Branca enchendo o saco (já conto a história do Argelino e de como ele roubou minha carteira) e prostitutas africanas em grande profusao, me abordando a cada 15 metros e tentando em todas as línguas imagináveis me convencer aos prazeres da carne. Amigas, nem bife eu to comendo porque é caro, vou pagar 50 euros por carne de terceira que visivelmente passou do ponto? Claro que minha argumentaçao nao era essa, era a seguinte:

- Chica, si lo me ofreces que sea por amor, no por dinero. El sexo se hace con pasión, así que no lo puedo pagar por una cuestión de princípios, vale?

A reaçao delas era invariavelmente apresentar uma expressao de confusao na face (nao sei se porque nao entendiam o que eu dizia ou o conteúdo nao fazia sentido). De qualquer forma, lá eu ia cantarolando e apreciando as paredes sujas desta cidade que mais parece até agora um beco carnavalesco fracassado.

Bom, aí to eu, às 3 da manha na frente do albergue, né, fumando meu cigarro e batendo um papo sobre campeonato brasileiro com o carioca que atendia na recepcao (tche, o cara veio fazer mestrado aqui, terminou e agora e recepcionista de albergue. Neguinho se sujeita a qualquer coisa mêmo) e chega um argelino me oferecendo coca. Finjo nao entender e respondo que nao tenho, mas que na outra esquina ele podia comprar (mais um que me olha com expressao de total confusao). Nisso chegam mais dois amigos e um deles me dá um encontrao. Tá, eu tava meio embriagado e tudo, mas de idiota eu nao tenho nada. Protejo meu passaporte e documentos em geral durante o impacto e quando ele sai percebo que ele nao levou nada de importante, exceto...MINHA CARTEIRA!!!!

Porra, mais de 3 euros custou aquela rica carteira de Marlboro Lights (ah, mané) e o carioca INTERCEPTOU o argelino que DEVOLVEU meu cigarro. Aí eu tive que tirar com eles, chamei de bando de vagabundo e que esformeados que eles eram por criarem todo um rebuliço pra roubar uns 15 cigarros e ainda devolver quando o carioca PEDIU. Eles vieram pra briga daí.....Claro que nao, esses caras tem 10 mil anos de história de submissao nas costas e o que ele fez foi levantar os braços e fazer uma cara de "po, eu levo o que der, mano".

O carioca esse ainda me disse que na primeira semana dele em Barcelona levaram a carteira dele mêmo, brother nessa mesma estratégia imbecil.

Barcelona sucks, so far. Me parece um ótimo lugar pra se passar as férias e um antro inescrupuloso de amargura e dor pra quem quer fazer um doutorado.

Vou lá conhecer a universidade agora e, quiçá, o Camp Nou.

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