Saturday, October 25, 2008

A falência total de uma esperança

Eu não anseio pelo amor. Eu já nem sei o que ele é ou se ele existe. O que eu sei é que eu tenho uma jaqueta muito bacana e um total descompromisso com o meu futuro emocional. Não que isso seja alentador de alguma forma, mas me dá uma falta de perspectivas que de uma infinita série de formas me agrada bastante.

Talvez as pessoas levem a paixão a sério demais e não entendam este sentimento apenas como uma forma de atração instantânea e desejo premente de realizar o tal de ato sexual do qual tanto sinto falta.

Existem paixões e paixões. Minha paixão pela Esti (a garçonete lésbica lá), por exemplo, nada tem de sério ou de interesse mais profundo do que uma aventura amorosa de curta duração. É claro que nem ela e nenhuma outra mulher seria capaz de partir meu coração nowadays, simplesmente porque já foi tudo destroçado e não há mais algo que sobreviva para ser morto.

Mas eu estou bem, estou numa boa como há muito tempo não me sentia. Eu vejo uma névoa no meu horizonte e isso volta a me agradar como há muito tempo não me agradava. Mas tudo bem, foda-se, vamos aos fatos:

Na noite de ontem fui ao De Cine, bar que a guria essa trabalha. Fui porque tinha um crédito lá e cerveja "grátis" nunca vai me parecer uma opção descartável. A Esti me tratou como uma guriazinha atende o homem pela qual está apaixonada. Pediu que eu ligasse pra ela, me mostrou a língua diversas vezes e, por fim, me convidou para ir ao cinema na segunda. Ok, Fast Forward aí e pulamos para a noite do dia seguinte, o famoso agora há pouco. Ninguém queria sair nesta Casa do Car....digo, Brasil e o Páris, parceiro de qualquer evento tinha desaparecido como é o seu usual. Acabei depois da meia-noite convencendo meus amigos paraibanos de que uma cerveja em algum boteco poderia definitivamente salvar nossas almas da danação eterna. Andanças pelo bairro e acabamos voltando àqueles lugares outrora descritos como antros do rock and roll, da sujeira e dos maus costumes. No segundo bar que entramos, quem eu avisto à primeira instância? Sim, Esti e seus belos olhos de seja lá qual cor eles sejam. Vejo em seu rosto a surpresa e o sorriso da alegria que cabia a mim e que disfarcei com a baforada de um cigarro péssimo que havia comprado antes. Me dirijo a ela e aos seus 1,60m e encontro aquele sorriso gostoso e harmonioso que já havia me encantado, bem como a algumas mulheres por aí. Tento o beijo ao que sou bloqueado pelos dizeres "mi ex-novio está acá y no quiero hacer esto con él" e eu pergunto "che, díme, quien soy yo?" ela "tu eres el chico que me gusta".

Bah, né, fiquei todo faceiro e coisa e tal. Fiquei todo contente e de repente vejo um cara conversando com ela e tirando a camisa (eu nem uso caps lock mais porque nada me surpreende). De repente ele começa a colocar a camisa de volta, mas não era uma camisa, era a blusa DELA. DELA. DELA. Sim, e ela saiu com a camisa dele. Ao menos ele não beijou ela e nem nada similar, mas a troca de roupas foi bizarra. BIZARRA, eu disse. Em que país eu fui parar? Cadê o Pyw numa hora dessas? Até quando ficarei sem sexo? Por que as batatas fritas aqui são tão boas?

Perguntas e mais perguntas, até quando elas ecoarão pelos corredores da minha mente?

3 comments:

Luciano Pyw said...

Não contavam com as minha astúcia!

Haydée Borges said...

A troca de camisas é uma tradição espanhola da era medieval. Deu mole por não ter oferecido a camisa primeiro!

Luciano Pyw said...

Abandonou isso aqui?