Thursday, August 13, 2009

Por que a palavra escrita?

Em essência comecei a ler pelo mesmo motivo que comecei a escrever: por obrigação. Comecei a ler porque sempre foi uma paixão familiar (ainda que os 5 tenham gostos muito diversos) e aos 8 anos minha mãe impôs: já sabe ler - tens que fazer bom uso disso. Me comprou um almanaque de capa verde da Disney (Pateta, Mickey, Tio Patinhas e a turma) Demorei meses para ler aquilo, não porque era difícil, mas porque era mais fácil brincar. Mas li e na seqüência passei anos lendo gibis a torto e a direito. Li mais de mil. Fácil.

Nessa época comecei a escrever pra escola. Redações sobre os temas mais imbecis (obrigado, professoras). Acabei ficando bom nisso (em escrever coisas imbecis, tão ou mais idiotas quanto as que eu escrevo hoje) e empilhando boas notas. Nessa fase, nova pressão materna pela leitura de livros (combatida já pela insistência professoral escolar de nos empurrar os mais enfadonhos exemplares que um pré-adolescente pode ser obrigado a produzir resenhas sobre).

Com o tempo o gosto acabou vindo ao natural e há uma década escrevo e leio por gosto, sem me importar pela ausência de avaliadores. Avalio eu o que é bom. Se o que eu escrevo é bom? Isso j´não me interessa.

Esquilo é o Novo Rato é bom (google it, by Mateus D'Almeida). Why the Fuck am I Reading That é ótimo (by Pyw Lindemann). Os russos são excelentes. Aliás, acabei de terminar de ler The Great Gatsby e achei mais ou menos (ainda mais para uma obra tão bem considerada da literatura norte-americana). Me pareceu um conto deveras extenso, demasiado comum, extremamente dependente de sua localização geográfica e temporal.

Felizmente minha relação com as palavras nada tem a ver com hábito. Melhor ainda, minha escrita nada tem a ver com expor coisa alguma senão a mim mesmo (ainda que acreditem que vez ou outra eu exponho a outrem - babacas).

2 comments:

Camila said...

O hábito da leitura e da escrita é uma enfermidade sem cura. No meu caso, os transmissores são meu vô e Márquez.

Luciano Pyw said...

Meu Deus! Fui citado literariamente em uma frase junto com o Mateus e OS RUSSOS! Vou guardar isso e mostrar pros meus filhos.