Monday, September 29, 2008

La Universidad

Buenas, dediquei meu dia hoje a ir conhecer a universidade que me interessa em Madrid, a Autónoma. Universidades me interessam e muito, mais até do que estádios de futebol e, definitivamente, muito mais que museus, óperas e afins. Universidades são geradoras de conhecimento e um ambiente acadêmico desperta uma das poucas coisas boas que o ser humano tem a oferecer que é a razão.

A UAM fica bem afastada do centro da cidade, o que não é problema porque se tem uma coisa que estes europeus fazem com certa qualidade são os sistemas de transporte públicos. Descobri que se pode ir diretamente de trem, de ônibus, ou usando uma combinação entre metrô e ônibus. Buenas, eu tomo uma coca-cola (e ela pensa em casamento) e saio a procurar uma estação de metrô porque eu ainda não havia visto SEQUER UMA entrada de subway nesta cidade. Busco, procuro e desisto, chego àquele momento que todo homem odeia: pedir informações. Bah, quando incorro neste ato profano e impensado de perguntar ainda sou humilhado com o cara rindo e dizendo que estava a 5 metros de mim. E de fato, se erguia enorme placa indicativa daquele modal inexistente em Porto Alegre.

Buenas, chego lá na tal estação Plaza de Castilla que já fica nos arrabaldes de Madrid e pego o tal ônibus pra universidade. Ele vai e vi e vai e eu já não sei se passou pela universidade ou não até que decido pular fora numa cidade chamada Colmenar Viejo (mudar de cidade pra mim é indicativo de que você foi longe demais, amigo). Sério, lugar mais pacato do mundo. Quase dormi vendo a velocidade do mundo acontecendo ali. Tudo fechado, tudo. Deviam ser umas 15h. Siesta? Bandevagabum. Entro num hostal pra pedir informações e a mulher é super simpática e me indica com precisão milimétrica os passos que eu deveria tomar e que se eu tivesse tomado sem questionar a uma hora dessas tava na costa leste da África vendendo miúdos de peixe. Aliás, nota mental: mulheres espanholas são incrivelmente aprazíveis e educadas, homens espanhóis são realmente estúpidos e primitivos, via de regra. Uma boa motivação para manter maior contato com o universo feminino.

Bom, de tanto perguntar (é foda, é foda) acabei conseguindo chegar na universidade. E que bela instituição, aliás. Me lembra de filmes de sessão da tarde em universidades americanas com a tecla sap ligada. Belos prédios, gramados, campo de rúgby (ou futebol americano, como saber?). Bacana mesmo. Me rendo à cultura gramínea e, abrindo meu dostoiévski, jogo fora meia hora de caminhada pelo prazer da leitura ao ar livre. Engraçado, a grama deles aqui não dá comichão.

A noite se aprochega e o sono também. Ainda tô no fuso do Brasil, lógico. Decido voltar de trem mesmo, o que funciona muito melhor que minha tentativa anterior para chegar até o campus. Na volta pro hostal (agora descobri como chegar, depois de ter me perdido na primeira noite) compro mais um burguer king, canto o hino dos estados unidos com as líricas do cazaquistão no melhor estilo Borat e derrubo aquele rico sanduíche de grelhado, mais uma quantidade generosa de anéis de cebola e uma coca-cola do tamanho de jaboatão dos guararapes (mas ah!).

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