Friday, March 6, 2009

Partidas

Hoje foi um dia marcante em alguns aspectos. Não somente a partida do Érico e da Elisa, casal amigo, com quem passava boa parte do meu tempo, mas também a sua falha de planejamento logístico para com as malas que levou o Estéfano e eu a acompanhá-los ao aeroporto, terminal 4, lugar místico na minha mitologia madrilenha, lugar onde 5 meses atrás desembarquei e sobre o qual gostaria de dissertar um bocado.

Foi um tanto quanto desconcertante a experiência de estar ali e ter uma série de impressões sobre o local tão distintas da primeira vez. Me lembrei da sensação total e maciça de solidão na manhã daquele 28 de setembro de 2008, de um certo pavor em nível controlado, da expectativa frustrada de que houvesse lá uma pessoa para me guiar. Lembro de uma saudade repentina de tudo que havia deixado pra trás e da vontade inevitável de pegar o próximo avião de volta para casa. Mas eu não voltei. Por mais difícil que tenha sido em alguns momentos, em especial no início, eu fiquei. E voltando lá me fez pensar nestes 5 meses e em tudo que aconteceu, tudo que mudou, tudo que eu aprendi e tudo que eu consegui, felizmente, desaprender.

E meus amigos se foram. Eu fico. Outros irão, poucos tão bons quanto, mas irão. Deixarão esse universo europeu como um dia eu o farei. Mas longe me espera a despedida e pouco ou nada sei dos sentimentos que me tomarão quando chegar o momento.

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