Saturday, January 31, 2009

Aos Amigos

4 meses na Espanha. 4 curtos meses, devo dizer. Passou rápido até e mesmo quando foi difícil, foi fácil. Me lembro dos meus dias chilenos e da loucura nostálgica que tinha das noites, tardes e manhãs porto-alegrenses regadas a cerveja barata e trilha sonora ECLÉTICA do Kito.

Talvez seja algum raio de maturidade sendo absorvido por uma das mais juvenis almas que já foram concebidas em ranchos gaúchos. Talvez um pouco de sorte. Talvez muita sorte.

Mas hoje não. Hoje em especial, já madrugada do primeiro de fevereiro de 2009 eu sinto falta dos meus amigos. Sinto dolorosamente a sua ausência e me recordo quase que em um gesto de auto-tortura dos eventos mais banais, do La Rosa mais comum, do tênis mais esquecível na quadra 10, da noite fracassada no opinião, do futebol mais chinelo do planet ball, do churrasco comprado de última hora em Guaíba, da apreensão da Manuela com a novidade mais boba, do porre mais imbecil na sinuca, das bobagens, das discussões, das histórias e das estórias, de tudo.

Se a nenhum lugar pertenço, seguro estou no coração de umas poucas e boas pessoas. Não as vale listar aqui porque a madrugada invade meu pensamento e o esquecimento pode fazer surgir injustiça tamanha que eu jamais me perdoaria. Mas eu tenho certeza que vocês sabem quem são. Tenho também a certeza e a exata noção do quanto fazem falta, não importa que eu esteja no lugar mais bacana do mundo, sem vocês ao meu lado, minha vitória é apenas pessoal, mas jamais inteira.

Done

É a história de um homem. Foi a história de um amor, de um garoto, de uma idéia, de um sonho, de uma esperança, mas no final das contas não é nada demais, é apenas uma história.

É engraçado, todo o pretenso glamour de uma vida no exterior se extingue com o tempo e você começa a se reconhecer nas coisas mais banais de um lugar que não muito atrás era um território distante no mapa. Não posso, contudo, chamar de casa, casa é onde quer que estejam os teus e os meus estão espalhados pelo mundo, às vezes fáceis de identificar pelo conhecimento prévio, às vezes misturados na multidão sem que saibamos a relevância que aquela pessoa possa vir a ter na minha vida.

E com o tempo ficam claras as minhas reais motivações de ter vindo parar aqui. Eu vim aqui para estudar, é verdade. Vim aqui por um objetivo profissional, também verdade. Vim aqui por um amor, verdade. Vim para aprender. Para sofrer. Para rir. Para ser triste. Para ser feliz.

Mas hoje muito muito mudou. Eu já não estou aqui pelos mesmo motivos que anteriormente. Alguns sim, outros nem tanto. No final das contas eu vim aqui por uma simples e forte razão: tornar-me quem eu sou.

Tarefa nem tão simples quanto se imagina em um primeiro momento. Tarefa árdua que rende, muitas vezes, a antipatia de outros. Ora, eu que sempre me julguei tão capaz de manter relações amistosas inclusive com aquelas pessoas que me causavam mais asco percebo hoje um limite baixíssimo para o que não me agrada. Tomei uma postura amarga com todo e qualquer ato desagradável. Me tornei exatamente aquilo que sempre quis, fui em diversos momentos exatamente a pessoa que sempre quis ser em diferentes situações e que amordacei pelo bem-estar do momento. Me suprimia. Não mais.

E aquela por quem acreditei um dia ter vindo aqui, se vai. Há uma probabilidade gigantesca de que nunca mais a veja e exatamente isto, que me causou tanta dor e sofrimento em momentos passados, me causa agora nada senão completa e total indiferença.

Indiferença. Está aí um aprendizado que vale qualquer sacrifício.

Thursday, January 29, 2009

Hwjdpedpwodwpofik

Faz horas que eu não me dedico a escrever algo neste blog patético (obrigado pelos feedbacks aí). Não é falta de tempo, seria uma idiotice dizer isso. Quanto tempo toma uma postagem? 10 minutos? Bom,eu não tenho escrito porque eu não tenho tido a menor vontade. Às vezes pela minha total indiferença, às vezes pela felicidade que sempre me foi um antídoto contra toda e qualquer inspiração literária (ah sim, como se eu tivesse alguma).

De qualquer forma hoje eu escrevo. Estou só no meu quarto. Tive um companheiro por uma semana e todo o ronco dele não foi capaz de tirar meu humor ou diminuir a saudade deste grande amigo que é o Estéfano. Tá na Holanda ele agora e depois ruma pro país de bandeira colorida cuidar da sua vida e matar as saudades da família e namorada. Depois volta, pelo menos.

E eu fico aqui com saudades. Eu não consigo imaginar qual evento da minha vida me fez assim tão nostálgico. Morro de saudades da Tara. Saudades da família. Saudades dos amigos. Saudades do Renan, Pyw, Cainelli.

Descobri aqui que gente é uma merda mesmo. Descobri que minha paciência tem limite e deixei de lado qualquer interesse em agir de forma socialmente respeitável pra bater de frente com quem me incomoda. Não aceito mais desaforo. Não levo pra casa. Não absorvo, expulso.

Vou pros EUA em abril visitar a T. Aparentemente o país dela gosta de mim e não causaram muito tumulto pra me darem o visto. Descobri que só preciso morar de fato na Espanha até fevereiro de 2010. E depois? Ah, meu amigo, sei não, aqui eu não fico, praonde eu vou eu também não sei. Estados Unidos me casar? Voltar pro Brasil pra trabalhar? Ir pro Senegal pegar em armas? Virar guia turístico do Azerbaijão? A ver, a ver.

Saturday, January 24, 2009

Inconsequente

Consequencias são coisas as quais eu não meço, eu lido.