Thursday, September 3, 2009

Asfalto

Me lembro de quando era criança e passa mês e meio longe de Porto Alegre no verão. Lembro como era aventuroso e satisfatório chegar à costa e viver um ritmo de vida completamente diferente, de bermuda e bronzeado, de sorvete e camarão. Ficando menos jovem, estes períodos se reduziram a finais de semana, mas o que importa é o sentimento quando do retorno. Uma sensação de voltar ao lugar ao qual pertencia, o concreto, o asfalto, o barulho. Nunca sei dizer se sentia falta de Porto Alegre ou do ritmo urbano em si.

Seria, talvez, mais fácil de responder isso quando do meu retorno de períodos longos em outras cidades, ainda mais metropolitanas, e concluo de que não era a Câncio Gomes ou a Goethe que me faziam saudoso. Nasci em edifícios e aí é o meu habitat natural. Aprecio a calma da cidade pequena, da vila costeira, mas aprecio como um ser civilizado aprecia a sobremesa: um pouco e depois do almoço.

Hoje, eu não tenho um lar, tenho lares. E são todos cobertos de poluição e caos.

1 comment:

Camila said...

O lar é onde o coração está. ^^